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Vestindo a infância: como vestir as crianças?

14 de Junho de 2024

Você já ouviu falar por aí no termo “adultização infantil”? Esse fenômeno vem transformando nossos pequenos em verdadeiros adultos em miniatura, com agendas cheias, roupas de gente grande e preocupações com redes sociais – e isso não é nada bom para quem ainda nem desenvolveu por completo a própria personalidade, né? O post de hoje é um alerta e, ao mesmo tempo um apelo para que os pais voltem seu olhar para as crianças e as tratem como crianças em todos os aspectos, valorizando cada pequena fase da infância.

Afinal, o que é a adultização infantil?

Chamamos de “adultização infantil” o processo pelo qual as crianças são expostas e estimuladas a comportamentos, atividades e conteúdo que são típicos do universo adulto, acelerando seu crescimento e, muitas vezes, “pulando” partes importantes da infância, como a brincadeira e a interação com outras crianças.

Isso pode ocorrer de diversas formas, e sempre tem um dedinho dos adultos, seja dando liberdade demais nas atitudes dos pequenos, oferecendo brinquedos, conteúdos ou atividades que seriam para crianças mais velhas ou até mesmo na hipervalorização da aparência.

Por que isso é um problema?

É durante a infância que aprendemos algumas das lições mais importantes da vida, e a adultização infantil encurta todo esse caminho, além de representar um desafio para o desenvolvimento saudável das crianças por várias outras razões:

·Prejudica a saúde mental: A exposição precoce a conteúdos, rotinas e situações adultas pode ter um impacto negativo na saúde mental das crianças, levando a problemas como ansiedade, estresse e baixa autoestima.

·Dificuldade no desenvolvimento: A adultização infantil pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças, interferindo na formação de sua identidade e na construção de relacionamentos saudáveis. As crianças podem ter dificuldade em estabelecer limites saudáveis, expressar suas emoções e desenvolver habilidades sociais adequadas – problemas típicos de adultos.

·A triste perda da infância: A infância é uma fase crucial do desenvolvimento humano; é o período da vida reservado para que as crianças tenham oportunidade de explorar, brincar e aprender de forma adequada para a sua idade. A adultização precoce priva os pequenos de toda essa experiência, forçando-os a assumir responsabilidades e preocupações que muitas vezes não são apropriadas nem para adultos.

Dicas simples para lidar com a adultização infantil

Acima da mídia, da sociedade e da indústria de consumo, é aos pais que as crianças dão toda a sua atenção e confiança, então a mudança está em nós, com algumas ações simples para garantir que nossos pequenos tenham a melhor infância possível:

·Estabeleça limites claros e justos: Defina limites claros em relação ao que é apropriado para a idade das crianças em termos de roupas, atividades e conteúdos midiáticos como séries, games e filmes. Explique os motivos por trás dessas restrições de uma forma que as crianças possam entender e ofereça opções “saudáveis” para cada recusa, para que o pequeno não se sinta injustiçado ou pense estar sem outras opções.

·Menos compromissos, mais diversão! Encher a criança de atividades não é saudável. Você, como adulto, sabe como é complicado lidar com uma agenda lotada, e nenhuma criança deveria passar por isso. Leve à aula de natação, escolinha de futebol ou balé, reforço escolar, mas deixe um tempo para eles curtirem e escolherem o que querem fazer – são momentos para não receber avaliação, testes e provas, onde eles poderão apenas ser crianças. Esses momentos são cruciais para a criança explorar sua criatividade e imaginação, desenvolvendo habilidades essenciais como resolução de problemas, pensamento crítico e adaptabilidade.

·Infância ativa e criativa! Incentive as crianças a explorarem o mundo ao seu redor através de brincadeiras, atividades ao ar livre e experiências criativas. Proporcione oportunidades para desenvolver suas habilidades e interesses de uma forma mais lúdica e que seja adequada à sua idade.

·Atenção às roupas, principalmente das meninas! Ter cuidado em como vestir as crianças é mais um cuidado fundamental, principalmente quando falamos das meninas. Expor as garotas a roupas adultas ou até mesmo acessórios desnecessários ou exagerados, como maquiagem e salto alto, pode passar a impressão errada, fazendo com que não somente a menina se veja como uma mini adulta, mas as pessoas ao seu redor também.

·Conversa: O que é ser criança? O diálogo é a chave das boas decisões! Tenha conversas abertas e honestas com os pequenos sobre o que significa ser criança e por que é importante aproveitar essa fase da vida ao máximo. Ajude seu filho a entender que crescer e amadurecer são coisas que acontecem naturalmente com o tempo, e que não há necessidade de apressar esse processo. Inclusive, há uma boa chance de ele sentir falta dos tempos de criança no futuro!

·Incentive a amizade entre as crianças: A amizade entre crianças é uma forma de estimular seu desenvolvimento, principalmente aspectos ligados a relacionamento interpessoal, lidar com os sentimentos internos (ciúmes, felicidade, raiva, tristeza) e saber controlar esses sentimentos durante a interação com outro amiguinho (brigas entre colegas, por exemplo). É por meio da amizade que os pequenos desenvolvem melhor suas habilidades de linguagem e conhecem outras realidades, além de criarem instintos de proteção, empatia e companheirismo, valores superimportantes para toda a vida.

·Você é um espelho! Como adultos, somos modelos de comportamento para as crianças. Procure ser um exemplo positivo, mostrando como é possível viver uma vida equilibrada e gratificante, sem ceder à pressão da adultização. Mostre aos pequenos que você também gosta de tirar uma folga das atividades, explorar lugares novos e se divertir.

·Fique de olho! Esteja sempre atento às influências externas que podem estar contribuindo para a adultização infantil, como propagandas, programas de TV e mídias sociais. Monitore o que seus filhos estão assistindo, ouvindo e acessando online, e esteja preparado para intervir se necessário.

Inclusive, caso queira saber sobre por que e como fazer o monitoramento do que seus filhos assistem online acompanha a terceira fase do Projeto Bem Estar com a especialista Camila Renaux. Vídeos no YouTube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLDr9E3TfeyHVCp58YV1tY2PgftwdLL1bd

E o que a moda infantil tem a ver com tudo isso?

Assim como em vários aspectos da infância, a primeira referência de estilo de uma criança são os pais – por isso acontece de as pequenas vestirem as suas roupas, passarem um batom, calçarem seus sapatos de saltinho e desfilarem pela casa; porque você é um exemplo de moda para elas, assim como o pai é para os meninos. Mas esse tipo de comportamento deve ser alimentado de forma lúdica, como uma brincadeira.

Não há mal nenhum em querer vestir as crianças com estilo, apenas cuidado com os exageros. Maquiagens, por exemplo, podem causar dermatite, e sapatos de salto podem prejudicar o desenvolvimento da coluna, além de interferir na estabilidade dos pés e tornozelos.

Nunca devemos esquecer de que estamos falando de seres em desenvolvimento constante. A criança ainda não sabe quem ela é de fato, não formou sua própria noção de identidade, e cabe aos pais guiarem os pequenos ao melhor caminho, começando pela maneira de se vestir.

As roupas devem conter tecidos com elasticidade, ser produzidas com materiais e cortes que não gerem incômodos à pele sensível e não prendam os movimentos. Desde a roupa mais casual até a de festa, todas devem permitir liberdade para que as crianças pulem, corram e brinquem, como é de se esperar que crianças façam. E a Milon garante que, mesmo dentro desses termos, os pequenos estejam sempre estilosos e atentos às tendências, com um conceito de moda que reflete a infância pura e real das crianças.

Lidar com a adultização infantil pode ser um desafio, mas é essencial para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável das crianças.

Lembre-se: cada criança é única e tem seu próprio ritmo de desenvolvimento. O importante é criar um ambiente acolhedor, amoroso e estimulante, onde ela possa se sentir segura, amada e valorizada para florescer e viver cada etapa da sua infância com felicidade e plenitude.

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