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Reeducação digital: como a tecnologia influencia seu filho?

21 de Fevereiro de 2020

Reeducação digital: como a tecnologia influencia seu filho?

Hoje, vamos falar de coisa séria: como seu filho interage com a tecnologia, e até onde ele pode ir no mundo digital?

Há trinta anos, as crianças não conheciam o mundo pelas telas dos tablets; elas aprendiam lições pela prática, pela repetição e pelo exemplo dos mais velhos, precisavam sair de casa para conhecer outros lugares ou para brincar com os amigos – por isso, é natural que os pais tenham tantas dúvidas sobre a tecnologia na vida dos pequenos, porque eles mesmos ainda estão em um processo de adaptação.

O primeiro passo para entender que tipo de relacionamento seu filho terá com a internet e as facilidades do mundo digital é olhar para si mesmo: quanto espaço a tecnologia ocupa na sua vida? Como ela influencia sua comunicação e seu dia-a-dia? Essa influência é positiva ou negativa? Lembre-se sempre de que você é o exemplo a ser seguido, e o pequeno tende a absorver a sua opinião sobre muitas coisas.

Como as crianças estão usando a internet?

De acordo com o “How to Keep your Kids Safe“, um estudo feito nos Estados Unidos com mais de 100 mil participantes, a internet é usada principalmente para jogos, com 83% dos acesso dos pequenos, enquanto os estudos aparecem apenas com 71%. Por um lado, esses números justificam o comportamento de alguns pais, que se dizem contrários ao uso de tecnologias na infância porque a criança “só vai usar para joguinhos”. Porém, é possível tornar essa estatística favorável, direcionando o pequeno para jogos onde ele possa aprender algo bom. Antes disso, porém, você mesmo deve desconstruir esse conceito de que aprender é “chato” e saber que existem jogos educativos realmente legais, não apenas “quiz e jogo da memória”; a internet é muito mais divertida e criativa nesse ponto, basta um pouco de pesquisa. Quando encontrar um método bem atraente para o seu pequeno, apresente-o e deixe que a criança trilhe esse novo caminho.

A mesma pesquisa mostra que 95% dos pais dizem saber o que os filhos fazem na internet, enquanto 17% das crianças afirmam que os pais não têm a mínima ideia. Nesses números, vemos o quanto a falta de diálogo prejudica essa relação, por isso é importante que os pais tenham certeza de que lugar a tecnologia está ocupando nessa família e como está sendo usada. Converse sempre com a criança sobre o que ela está jogando, assistindo ou descobrindo no mundo virtual, será um momento para trocar experiências e fortalecer os laços familiares.

Quanto tempo as crianças podem usar a internet?

Adultos e crianças entendem o tempo de forma diferente, por isso há sempre um impasse sobre a hora de brincar, de estudar, de tomar banho, etc. Para eles, o que importa é o agora, porque o futuro parece algo muito distante.

Sabendo disso, a forma mais justa de controlar o abuso na utilização da internet é perceber se ela está dificultando o desempenho escolar, as atividades em casa ou o tempo com os amigos. Caso os avanços da tecnologia estejam atrapalhando mais do que ajudando no desenvolvimento da criança, será preciso chegar a um acordo – diminuir, definir limites, não cortar.

Além disso, os filhos de espelham nas atitudes dos pais, por isso, crianças cujos pais passam muito tempo conectados tendem a não ter noção do próprio tempo gasto online, o que pode gerar discussões. Portanto, vale ressaltar: esteja atento ao próprio uso da tecnologia, em quantidade e qualidade, para que os pequenos vejam em você uma inspiração.

Use a tecnologia a seu favor!

Não há dúvidas de que a internet oferece um mundo de aprendizado, diversão e informação para os pequenos, mas também é certo afirmar que os crimes virtuais, o acesso a conteúdos impróprios e a exposição em excesso preocupam bastante os pais, e com razão. Pensando nisso, algumas empresas criaram aplicativos para ajudar os pais a controlarem o tempo e o acesso das crianças à internet. Confira alguns deles:

Net Nanny: Quando instalado, o Net Nanny será o navegador padrão no smartphone do seu filho. Ele vai restringir o acesso a conteúdos inapropriados, para que a criança possa navegar na internet sem que você fique preocupado.

DinnerTime: Disponível para o sistema Android, o aplicativo é bem simples e eficiente para controlar o tempo gasto pelos pequenos no tablet ou smartphone. Com ele, é possível bloquear o aparelho durante determinado tempo, criar um limite diário de uso e até bloquear aplicativos temporariamente, ajudando a manter as crianças focadas em momentos importantes.

Kaspersky Parental Control: Disponível para IOS e Android, esse app controla os downloads de arquivos em smartphones e tablets e pode bloquear a transferência de certos dados, como números de telefone e de cartões de crédito.

Google Family Link: Disponível para Android e IOS, o aplicativo gera um relatório, que pode ser semanal ou mensal, sobre o período de uso do smartphone pela criança, além de controlar o que pode ser comprado na Play Store, rastrear a localização, ocultar apps, bloquear o dispositivo e limitar o tempo de uso. Cada criança pode ter até cinco monitores cadastrados.

GPS Rastreador de família KidsControl: Pode monitorar a localização da criança até sem internet. Lugares como casa ou escola podem ser definidos para que alertas automáticos sejam enviados quando os filhos chegarem, regiões perigosas podem ser evitadas com alertas enviados para o pequeno, e, se houver alguma emergência, o botão SOS envia um pedido de ajuda para quem está monitorando a localização.

Controle Parental Screen Time: Monitora as palavras buscadas e os assuntos que são visualizados em sites e redes sociais. Além disso, é possível controlar o tempo que a criança passa conectada, limitar os recursos nos horários de aula e ter um resumo diário das atividades no aparelho.

Negar a tecnologia nos dias de hoje é impossível. Ela faz parte do nosso cotidiano, do nosso estudo, do nosso trabalho, e até ajuda a mudar a forma como pensamos e nos comunicamos; de alguma forma e em algum momento, as crianças vão ter acesso a ela. É nesse ponto que entra a responsabilidade dos pais e a necessidade de uma reeducação digital para toda a família, adaptando e controlando o uso das inovações tecnológicas de acordo com a necessidade, a saúde (física e mental) e os hábitos de cada um. O sucesso dessa empreitada depende de você!