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Medos na infância: quais os mais comuns e como lidar com eles?

21 de Abril de 2021

Sentir medo é bom?

Mesmo que não seja a melhor das sensações, o medo é muito importante para o desenvolvimento do ser humano e sua sobrevivência, pois, muitas vezes, é ele quem nos alerta sobre perigos reais. Tomamos cuidado ao entrar no mar porque temos medo de tubarões e afogamento, fugimos de locais em chamas porque temos medo das queimaduras, e desenvolver esse comportamento instintivo é essencial.

O medo se manifesta logo no começo da vida, e, com o tempo, vai ganhando novos significados e características mais complexas, de acordo com as situações que vivemos. O medo de ser abandonado na escola, por exemplo, vai sumir conforme a criança se convencer de que seus pais estarão lá todos os dias para buscá-la; já outros medos, como escuridão ou fogos de artifício, podem nos perseguir até o fim da vida, por isso a importância de aprender a lidar com eles desde cedo.

Os medos mais comuns em cada fase da infância

Fique atento: os medos aparecem na vida dos pequenos desde bem cedo. Confira os temas que mais assustam as crianças de cada idade:

Até 1 ano: Nessa fase de descoberta do mundo, os medos que mais afligem os pequeninos são o de separação dos pais, quedas, animais, luzes brilhantes, dormir, lugares novos e visitar o pediatra.

2 anos: Nessa idade, o pequeno percebe que não pode controlar o mundo à sua volta, e começa a se assustar com barulhos fortes como os trovões ou a descarga do banheiro, carros barulhentos, caminhões buzinando, pessoas estranhas, tempestades, etc. Também é nessa idade que começa o medo de criaturas imaginárias, como monstros e ETs.

3 a 4 anos: A fase da imaginação fértil traz muitos medos, como o de pessoas fantasiadas, monstros, insetos, ficar sozinho e escuridão.

5 anos: Aqui os medos já começam a ficar mais concretos, como o medo de se perder, se machucar, de ladrões, de perder os pais ou de cachorros raivosos.

6 a 7 anos: A partir dali, a criança já consegue diferenciar bastante a fantasia da realidade e desenvolve medo mais “maduros”, como ser esquecida na escola, perder as pessoas que ama, fracassar em algo ou que os outros não gostem dela; mas, por outro lado, sua imaginação continua ativa, reforçando os medos de fantasmas, trovões, ficar sozinha no mundo ou criaturas imaginárias.

Como lidar com os medos das crianças?

A chave para compreender melhor tudo o que envolve a vida de uma criança está no diálogo, e não seria diferente para lidar com seus medos. Escute o que seu filho tem a dizer, mostre paciência e empatia, converse sobre sua rotina e suas inseguranças, só isso já lhe dará uma pista sobre os medos que a criança tende a desenvolver.

Explique com cuidado sobre a diferença entre fantasia e realidade, mostre ao pequeno (se possível, com exemplos) que o medo que ele está sentindo é algo natural e que até você já passou por isso. Com o tempo, criar esse canal aberto de comunicação entre vocês vai deixar a criança bem mais à vontade para contar sobre seus progressos e, aos poucos, superar os seus medos.

Atenção: Evite superproteger a criança com medo. Se a escuridão assusta, evitá-la a todo custo não vai resolver o problema, certo? Ao mesmo tempo, usar o medo da criança como ameaça de castigo ou para repreendê-la por algo pode resultar em um trauma ainda pior.

Ah! Se você perceber que algum medo do seu filho está se tornando um problema maior, atrapalhando suas atividades na escola, em casa ou em situações do dia-a-dia, a recomendação é buscar ajuda de um psicólogo o quanto antes; ele é o profissional indicado para ajudar a criança que não estiver conseguindo superar essa fase por si mesma. Porém, mesmo nesses casos, o apoio e carinho da família são indispensáveis!